segunda-feira, 24 de maio de 2010

A tradição dos álbuns.... onde está?

Olá.... após um tempo sem postar, volto com uma questão que tem me feito pensar bastante nos últimos dias. É verdade que ficou muito mais fácil e acessível o ato de registrar imagens depois do surgimento das câmeras digitais. Sem pensar, registramos tudo e todos, a todo momento, em qualquer lugar. Afinal as câmeras cabem na bolsa, no bolso, no celular. Ok, isso é ótimo. Agora vamos pensar nos nossos queridos amigos e parentes que não acompanham toda essa tecnologia (até certo ponto...). Minha mãe nasceu em 48.... apesar de ser uma senhora ativa, antenada, interessada, ela não acompanha muito o processo de quando a fotografia sai da câmera para o computador. Na verdade, a cada geração que passa deixamos de acompanhar alguns avanços tecnológicos (os adolescentes de hoje em dia já me passaram e muito em relação ao computador e a utilização de ferramentas de edição de imagem e vídeo, por exemplo).
Estive conversando sobre isso com meu orientador da monografia, e ele relatava os comentários das tias dele (que já devem ter seus 80 anos) em relação às fotografias que ele fez na última viagem: "Cadê as fotos? Agora a gente não vê mais nada... é tudo nessa tela!"
O que aconteceu com os álbuns de família, álbuns de viagens? Eles agora são digitais. Porém, nem todos acompanharam essa transição. Existem pessoas de mais idade que ainda querem sentir a fotos, tocá-las, vê-las impressas. A fotografia, que antes era algo concreto, físico (no sentido de pegar o papel fotográfico e ver a fotografia impressa nele) passou a estar nas telas do computador, nos porta-retratos digitais, nas câmeras de bolso, nos celulares. Para os jovens, principalmente os adolescentes dos dias de hoje, é normal acessar os álbuns virtuais dos amigos no facebook, no orkut, nos fotologs, mas para os idosos de hoje a "presença" material da fotografia ainda é importante, e eu dou razão à eles. O que será da preservação das histórias de família daqui há 50 anos? Quem se preocupa com isso HOJE??

Agora quero sua opinião.. comente! O que você acha dessa característica passageira, efêmera das fotografias digitais? A foto de hoje substitui a de ontem, e assim a memória de hoje só tem essa duração: hoje, porque amanhã já será substituída por algo mais recente.

Entendam: amo a tecnologia digital, mas me preocupa a "falta de compromisso" com que são tratadas as fotografias hoje em dia.


Termino essa postagem com uma citação de Juliana Gatts:

"Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra."

2 comentários:

  1. Oi Raquel, ontem a Fernanda chegou em casa com mais de 100 fotografias que estavam no computador e ela finalmente mandou imprimir. São fotografias novas e antigas que as avós dela viviam pedindo para que fossem passadas pro papel. Comecei a ver as fotografias e percebi que havia perdido o costume de ve-las dessa forma, por um momento estava preferindo ver no computador. Me parece que nas próximas gerações, assim como o jornal de papel, o livro de papel, não sentirão falta deles.

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  2. Eu também adoro a sensação de virar as páginas dos albúns!! De ir na loja e buscar aquele envelopinho com todas elas reveladas e parar em algum lugar, na praça, na lanchonete, no banquinho do shopping, pra arrumá-las dentro do plástico! rsrs.. Outro dia minha mãe, ultra moderna!, revelou umas fotos direto do pen-drive, numa máquina "self-service" no shopping aqui da minha cidade. Resultado: pude, finalmente, renovar o mural do meu quarto (hahahahahaha). Acho que meus filhos não vão viver isso. "/ Ainda mais com o advento dos porta retratos digitais.

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